Manter uma vida financeira tranquila e organizada é sem dúvidas o desejo da maior parte das pessoas, mas nesse ano, o número de famílias endividadas no país alcançou um recorde histórico em abril. De acordo com uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de brasileiros com dívidas chegou a 67,5% no mês.
Mas calma, para você sair dessa estatística ou mesmo se organizar para não fazer parte dela, criamos um guia completo com passos que vão lhe auxiliar a organizar sua vida financeira e quitar suas dívidas.
1º PASSO: Conheça sua dívida!
Para solucionar, primeiro é preciso conhecer o problema.
É comum que nosso primeiro impulso ao sentir as contas se acumulando seja ignorá-las. Tentamos não pensar sobre e esse é o primeiro passo para entrar nelas. Fingir que um problema não existe, infelizmente, não vai fazê-lo desaparecer.
Mas agora você está decidindo dar um passo rumo a uma nova realidade financeira, e para isso, a primeira mudança deve começar em você e na sua forma de enxergar e tratar suas finanças.
Utilize um caderno, agenda ou se a tecnologia for seu forte, crie uma planilha. Liste todas as suas contas, separando-as em grupos como: fixas, variáveis, atrasadas, à vencer, etc. Para solucionar, primeiro é preciso conhecer o problema.
Dica: É importante que você não trate e visualize suas contas como vilãs ou um monstro de sete cabeças. Tenha calma e concentração na hora de listá-las.
2º PASSO: Porque você se endividou?
O mesmo caminho sempre vai te levar ao mesmo lugar.
Você já possuindo dívidas ou apenas querendo evitá-las, é importante você entender e identificar de onde elas vem. Raramente elas surgem de fatores externos, geralmente, são o resultado de descontrole nas finanças. Fazer a sua lista foi encontrar o problema e agora você procura qual a raiz dele.
Sem identificar e resolver a origem, por mais que você consiga quitar todas as suas dívidas, elas continuarão aparecendo e se tornando cada vez piores.
Dica: Encontre a fonte do problema de forma direta e racional. Você não precisa se culpar ou sentir raiva de você por ter feito essas dívidas. Estamos trabalhando em soluções e não em encontrar um culpado.
3º PASSO: Vamos fazer uma faxina?
O mesmo caminho sempre vai te levar ao mesmo lugar.
Esse é o momento de ser racional. Se existe uma dívida é porque uma conta simples não está batendo, o seu subtraendo está sendo maior do que o seu minuendo. Traduzindo, os valores que você tem para pagar são maiores do que os que você tem para receber.
Por isso, é hora da limpeza. Pegue aquela lista que você fez no primeiro passo e examine com cuidado. A regra aqui vai ser simples, o que não for 100% necessário, vai embora!
Dica: Nesse momento é importante que você trabalhe bem com seu ego. Ele com certeza vai te dar mil motivos para te convencer de que você precisa de certas coisas. É importante lembrar que essa não é sua vida pra sempre, será somente uma fase dela. Lembre sempre do objetivo final, o alívio de uma vida financeira tranquila.
4º PASSO: Vamos bater um papo com a família?
Várias cabeças pensam melhor do que uma.
Calma, é claro que algumas decisões são muito importantes de serem tomadas individualmente. Também é compreensível que você não queira dividir seus problemas financeiros com outras pessoas, e não é isso que queremos nesse passo.
Mas é muito importante, caso você viva com outras pessoas e essa convivência influencie de alguma forma em seus gastos, que elas estejam cientes das mudanças que precisam acontecer. Dessa forma elas poderão, inclusive, auxiliar com outras soluções e possibilidades.
Dica: Tenha uma comunicação clara e racional quando for falar de suas finanças com outras pessoas sejam familiares, amigos ou conhecidos.
5º PASSO: Hora de organizar!
Sempre que não souber por onde começar, comece pela organização.
Já encontramos o problema, a raiz dele e começamos a encontrar soluções. Agora é hora de organizar tudo isso. Pegue novamente seu caderno, agenda ou planilha e crie uma nova lista. Contabilize agora os seus gastos – que devem ser menores após ter excluído alguns – e contabilize o seu rendimento. Liste todo o dinheiro que entra e não esqueça de criar grupos para essa parte também: ganho fixo, extra, bônus, etc.
Dica: Crie sua planilha ou lista de finanças dividindo tudo por meses ou até por semana, dependendo de seus gastos e ganhos. É uma forma de ter cada vez mais controle sobre cada centavo que estamos gerenciando.
6º PASSO: Crie suas metas.
Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir.
Esse talvez seja o passo mais importante da lista. Nós temos nossa meta principal: ficar livre de dívidas. Mas para isso, precisamos estipular metas menores para que você não sinta que é uma tarefa impossível e acabe desanimando.
A primeira meta deve ser criada analisando o seu orçamento. Mesmo após os cortes, o saldo continua negativo? Então a primeira meta a ser criada deve ser encontrar uma nova fonte de renda.
Uma ótima meta também é estipular um valor fixo que será direcionado para alguma conta específica. Imagine que você possui uma dívida de R$200,00 e no momento só conseguirá retirar R$100,00 do seu salário. Em outro momento você poderia pensar que já que o valor não é suficiente, você poderia gastá-lo com outra coisa.
Agora você decide guardar esse valor por 2 meses e então se livrar dessa dívida. Essas pequenas metas, quando cumpridas, vão começar a te incentivar cada vez mais a alcançar o objetivo final.
Dica: Ao separar um dinheiro para alguma conta específica, guarde-o em um local que não terá acesso fácil. Tente esquecer que ele está ali e trate-o como se já não fosse seu.
7º PASSO: Avalie suas opções e prioridades.
É importante avaliar muito bem quais são suas dívidas e se elas podem se tornar maiores ou menores de alguma forma. O cheque especial por exemplo tem um dos juros mais altos, assim como os cartões de crédito.Avalie a opção de negociar com seu banco a substituição da dívida por outras linhas de crédito mais baratas e com juros menores. Algumas opções são hipoteca, penhora ou empréstimos consignados. Você também pode considerar mudar para outro banco e levar sua dívida para ele, sob condições mais vantajosas.
O importante nesse momento é compreender que as dívidas tendem a crescer com o tempo. Tendo isso em mente, é preciso avaliar quais as opções para diminuir esse efeito o máximo possível.
Avalie também a opção de renegociar suas dívidas. Se seu nome ainda não está negativado mas existe uma conta em atraso, tente dar prioridade para ela. Entre em contato com o credor para encontrar prazos melhores, e se quitar à vista for uma opção, você pode conseguir bons descontos.
Fique atento a campanhas de negociação, geralmente são oferecidos ótimos descontos que ajudam tanto você a ficar livre das dívidas quanto o credor dos valores pendentes.
Dica: Caso não entenda muito dessa área, converse com pessoas que estão familiarizadas com essa área. Considere como opção algumas buscas na internet, conversar com gerentes de outros bancos ou contratar um contador.
8º PASSO: Vida nova!
A transformação pessoal requer a substituição de velhos hábitos por novos.
Se ver livre das dívidas pode demandar algum tempo, às vezes alguns meses. É importante lembrar que seu esforço irá contar muito nesse prazo. Transformando seus novos hábitos em rotina, gerenciar sua vida financeira de forma responsável pode se tornar uma prática prazerosa.
Conclusão:
É importante que você se orgulhe de si mesmo durante todo o processo e não esqueça da raiz do problema para que as dívidas não voltem a surgir. Lembre sempre de avaliar cada gasto de forma racional e com responsabilidade, tendo sempre em mente o resultado final: uma vida financeira tranquila e organizada.
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